Ocupação após atos racistas

'A UFSM está há 48 horas parada', diz reitor em exercício

Pâmela Rubin Matge

As principais demandas administrativas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estão paralisadas por conta da ocupação que se instalou na última sexta-feira e, até as 16h desta terça, seguia no local. O movimento, que cobra ações da universidade, emergiu como resposta aos ataques de racismo que aconteceram dentro da instituição. Desde segunda-feira, os servidores ficaram impedidos de acessar o prédio da Reitoria.  

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Paulo Bayard Gonçalves, reitor em exercício, informou que  há diversas pendências referentes ao pagamento de bolsas de estudantes e funcionários, recursos do MEC,  orçamento institucional e acertos com fornecedores:

– A UFSM está parada há 48h. Toda estrutura administrativa  está dentro da reitoria e se os processos que acontecem lá param,toda universidade para. Corremos risco de perder o prazo de alguns processos.

Uma comissão de servidores e representantes do Movimento Negro, nomeada pela Reitoria da UFSM, negocia desde esta segunda-feira com um grupo de ocupantes. Por volta das 15h desta terça-feira, um post na página Ocupação Antirracista-Reitoria/UFSM informava as atividades do dia, que incluíam oficinas culturais e uma assembleia, às 20h desta terça.

'Estão usando a bandeira do racismo com interesse político', diz reitor

À reportagem do Diário, foi dito que quaisquer informações da ocupação só seriam disponibilizadas por meio da página do movimento. Nesta segunda e terça-feira, algumas perguntas foram enviadas inbox. Até o momento, não houve resposta.

Bayard afirmou que segue em negociação com os estudantes e que o dia de hoje é decisivo:

–Entendemos que o movimento é legítimo e a maioria das reivindicações foram contempladas. Repudiamos atos racistas, estamos do mesmo lado e só queremos entender o porquê seguem com a ocupação. A universidade não pode parar e hoje é um dia decisivo. Contamos com o bom senso e estamos fazendo tudo para que último ato seja uma reintegração de posse.

Segundo a assessoria de comunicação da UFSM, o reitor Paulo Burmann está em Brasília, na oficialização da pactuação do Orçamento 2017, para liberação de recursos à universidade.

 Santa Maria, RS, Brasil, 27/11/2017.Desde a última sexta-feira, alunos ocupam a reitoria e reivindicam por respostas aos atos de racismo na instituição
Foto: Charles Guerra / New Co

INVESTIGAÇÃO

Quanto à investigação dos casos  de racismo pela Polícia Federal (PF) , a assessoria de comunicação informou que, na próxima sexta-feira, alguns alunos devem ser ouvidos. O número de estudantes e o horário não foi divulgado. Listas de chamadas e outros documentos solicitados à universidade devem ser analisados durante a investigação. A PF também desmentiu o boato se que dois servidores haviam sido trancados dentro Reitoria. O que aconteceu, segundo a assessoria, foi que durante uma troca de plantão, um  vigilante foi impedido de entrar no prédio e, o outro, que já estava no local, decidiu, por iniciativa própria, permanecer no espaço além da sua carga horária. 



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